“Se eu tivesse oito horas para derrubar uma árvore, passaria seis afiando meu machado.”
Abraham Licoln
“Se você está falhando em planejar, está planejando falhar.”
Benjamin Franklin
“Um planejamento meticuloso permitirá que tudo o que um homem faça pareça espontâneo.”
Mark Caine
Andam dizendo por aí que planejar é preciso.
E agora, meu amigo que prestou o segundo round nas faculdades, é hora de planejar sua preparação para as entrevistas. Tá, a verdade é que essa preparação já deveria ter ocorrido. Mas, como sabemos que – para a grande maioria dos mortais – o final do ano/início de 2019 foi todo meio atropelado, chegamos naquela situação aonde ou nos preparamos agora, ou não adianta mais.
Então vamos jogar com as cartas que temos.
Você submeteu seu application. As escolas devem entrar em contato a partir de agora, mas sem grandes previsões de data limite. Nessa situação, você pode:
1) Ficar entrando obsessivamente naqueles sites que ficam mostrando se outros brasileiros já foram chamados para entrevista.
2) Usar esse tempo precioso para ir se preparando para a eventual entrevista.
A escolha é sua. Mas, como meu papel é aconselhar, sugeriria humildemente a alternativa dois (a propósito, o mesmo vale para aquelas pessoas que estão pensando em trocar de emprego…. aproveite o momento para preparação antes que a tal convocação para entrevista ocorra).
“Mas, Paula, o que posso fazer para me preparar para essa entrevista? As perguntas não variam de acordo com a escola? O teor (mais ou menos amigável) não depende do humor do entrevistador? Se eu vou mandar bem não depende do meu estado de espírito naquele dia?”
Tudo isso é verdade. Há muitas coisas sobre as quais não temos controle nesse processo. Mas algumas delas, sim, temos. E são nessas, portanto, que irei focar minhas dicas.
1. Faça sua lição de casa
A entrevista é “cega” (ou seja, o entrevistador não leu seus essays) ou ele já conhece toda a sua história? Saber disso é importante para saber se você poderá contar as mesmas histórias dos essays, ou se precisa pensar em “causos” novos para relatar (para não ficar parecendo que você só tem uma história boa para contar).
Quem é esse entrevistador? Alguém do admissions? Um alumnus? Um estudante do segundo ano? Dependendo de quem for, você pode fazer perguntas diferentes naquele tradicional momento: “Você tem alguma pergunta para mim?”. Por exemplo, se for um ex-aluno, você pode perguntar da experiência dele no campus, enquanto se for alguém de admissions provavelmente terá que perguntar relativo ao programa. Dê uma boa fuçada no linkedin de seu entrevistador para ter perguntas interessantes a fazer e saber que pontos em comum vocês têm. Isso demonstra interesse, curiosidade e inteligência.
A entrevista dessa escola é focada em perguntas comportamentais (tipo MIT) ou em perguntais tradicionais (como Stanford)? Tem dinâmica em grupo (como Ross)? Sites como clearadmit.com fizeram todo o trabalho por você e levantaram as perguntas que apareceram em diferentes escolas, nos últimos anos. Não deixe de olhar. Além disso, num post recent do Poets and Quants saiu um resumão de várias perguntas que saíram em diferentes escolas.
Conecte-se com pessoas que conhecem bem esse processo (ex ou atuais alunos das escolas que você está prestando, ou algum consultor para MBA) e peça ajuda sobre o tipo de pergunta que cai, sobre o jeitão da entrevista, sobre particularidades da escola.
2. Prepare-se
Agora que você já sabe o tipo de pergunta que cai para cada escola e como mais ou menos será a entrevista, é hora de colocar a mão na massa. Pegue as perguntas mais frequentes das faculdades, e escreva bullet points para respondê-las. A ideia aqui é ajudá-lo a estruturar o pensamento, e não escrever palavra por palavra da sua resposta. O erro mais comum em entrevistas é parecer um robô, então você não deve decorar o discurso, mas ter ideia de quais são os principais pontos a serem frisados para cada pergunta ajuda você a não esquecer nada crucial e a ser estruturado.
Após ter escrito os principais pontos das respostas, treine falar elas em voz alta. Grave-se no celular, peça para um amigo te entrevistar, contrate uma pessoa especializada nisso. Fale suas respostas várias vezes. Peça feedback para saber onde você se enrola, onde sua pronúncia está estranha, onde a resposta ficou longa ou curta demais. Após o feedback, faça os ajustes necessários e continue treinando. O paradoxo é que você precisar treinar o suficiente para que pareça que você não treinou nada…. que toda essa resposta linda saiu espontaneamente e de maneira natural.
3. Fique confortável com a possibilidade de imprevistos
Sempre há a possibilidade de alguma (ou mais de uma pergunta) sair completamente fora do script ou de você não ter pensado sobre ela antes. E tudo bem! O ponto é saber que isso pode ocorrer, e que a maneira como você reage a isso às vezes é até mais importante do que sua resposta em si. Tudo bem você falar: “Hmmm….nunca parei para pensar sobre isso antes….mas uma situação onde tive que lidar com diversidade ocorreu quando …..”.
Winston Churchill falava: “Planos são inúteis, mas planejar é tudo”. Se você fez toda a preparação direitinho, pode ter certeza que saberá lidar de maneira muito mais suave caso haja algo que saia dos planos.
4. Sorria
Eu sempre falo para meus clientes que a pergunta número um que o entrevistador tem na cabeça é “eu gosto dessa pessoa?” E, meu amigo, essa decisão geralmente ocorre nos primeiros segundos de interação. Tudo se trata de conexão. De empatia. Então sorria ☺ (Se quiser ler mais a respeito disso, escrevi um post sobre o assunto: Faça eu me encantar por você).
Enfim….não temos muito tempo, mas se preparando direitinho, dá para chegar na entrevista batendo um bolão. Não perca tempo.
Quer falar comigo? Entre em contato através do e-mail paula@paulabraga.com.br.
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