O processo de application para MBA é desgastante e, muitas vezes, mais árduo do que as pessoas originalmente imaginam. Sacrifícios de tempo (estudo a mais, sono/lazer de menos) e de dinheiro (investimento em consultorias para MBA, professores particulares) são feitos. Não é fácil para ninguém mas, quando aquela nota do GMAT não chega, ainda entra o fator psicológico “será que eu vou conseguir? Será que todo esse investimento vai valer a pena? Será que eu realmente quero isso? Será que meu namorado vai me abandonar se eu continuar trocando-o pelos livros?”
Muitas pessoas não aguentam a pressão e desistem. Por isso admiro tanto a trajetória da Julia. Sua jornada para o MBA não foi fácil. Longe disso. Acostumada em ter sucesso em vários aspectos de sua vida (foi boa aluna no colégio e na faculdade, entrou em empresa de sucesso, tinha sucesso nos esportes), teve um grande baque ao perceber que o estudo para o GMAT não estava evoluindo como desejava. Mas ela não desistiu e seguiu estudando. Por dois anos.
Vocês têm noção do que é abdicar de finais de semana e de outras atividades extra-curriculares por dois anos?
A Julia tem.
Será que valeu a pena? A seguir, Julia compartilha sua história e suas dicas.
A história de Julia, por Julia:
Fazer um MBA no exterior sempre foi um sonho para mim. Desde da minha época na faculdade, já tinha começado a mapear que entraria em uma grande empresa para construir uma experiência sólida antes de partir para o MBA. Já tinha previsto todas as etapas do processo e me planejei para começar a estudar para o GMAT no início de 2016 para conseguir aplicar para o 1st round em setembro do mesmo ano.
Mesmo sabendo que o GMAT não seria nada fácil, especialmente em matemática em que sempre tive muita dificuldade, nunca antecipei o tamanho do esforço e desgaste que isso me levaria. Tentei diversos métodos, cursos, livros e nada me fazia chegar em uma nota acima de 700 pontos, algo necessário para as faculdades que tinha sempre sonhado em aplicar.
Em quase 2 anos de estudo, fiz 4 provas. A cada nota baixa, minha auto-estima sofria um enorme baque. Um lado meu queria desistir, mas fazer um MBA fora do Brasil era meu sonho, então persistia. Na quarta prova, após muito esforço e quase um colapso mental, consegui tirar 670. Comemorei esta nota como um 770 e sabia que mesmo não sendo uma nota competitiva, que pelo menos agora tinha uma chance de entrar para alguma faculdade top 10 nos EUA.
Apliquei para 4 faculdades na correria (fiz a prova no dia 16/12 e os deadlines eram na 1ª semana de janeiro). Me preparei muito para as entrevistas por que seria a minha chance de mostrar que eu era muito mais que um “670”. Qual não foi minha surpresa quando fui chamada para fazer entrevista em todas elas. Dado que minha preferência era Tuck, aproveitei e fiz a entrevista presencial lá. Queria usar todos os artifícios possíveis para mostrar que eu tinha muito mais a oferecer do que meu GMAT abaixo da média.
Para todas as entrevistas me preparei e treinei, procurando ressaltar o que eu considerava ser o meu diferencial. No dia 08/03 as 20h recebo uma ligação de um número sem identificação. Naquele momento meu coração parou, no fundo sabia que poderia ser Tuck me ligando, mesmo sendo um dia antes do notification date. Atendi o telefone em inglês, já imaginando que em alguns segundos receberia uma notícia que mudaria minha vida.
Quem me ligava era Kristine Laca, responsável pelo admissions de Tuck para América Latina. Naquele momento comecei a chorar e desabei. Minha luta contra o GMAT e minha jornada de 2 anos de preparação para o MBA tinha tido o final feliz que sempre desejei. Mal sabia que a notícia ficaria melhor. Para minha surpresa no dia seguinte ao acessar a minha carta de aprovação oficial de Tuck, eles me notificaram que ganhei uma bolsa parcial! Não consegui acreditar no que estava lendo! Como eu, com uma nota de 670, não só tinha passado para um dos melhores MBAs no mundo mas também tinha ganho uma bolsa?! Surtei de tanta felicidade e realização e, naquele momento, percebi que tudo é possível se você se dedicar e ter energia para ultrapassar os seus limites para conseguir o que sonha! Na semana seguinte também recebi outra boa notícia: passei para Yale SOM cujo GMAT médio é 730!
Quis compartilhar a minha jornada nada convencional para servir como inspiração para todos que estão na batalha para conseguir fazer um MBA no exterior! Não desistam, e, especialmente em relação ao GMAT, comecem a preparação cedo. Minha sugestão é iniciar com no mínimo 1,5 anos antes do envio do application. Assim, você terá tempo de se preparar com qualidade e também terá tempo para se dedicar aos essays, que são uma etapa a que muitos não se dedicam mas que fazem toda diferença (como foi no meu caso).
Foi crucial o apoio neste período da minha família, namorado e amigos e principalmente a calma e paciência que minha consultora me passou durante toda as etapas do processo! Com certeza não teria conseguindo sem todo suporte e assistência que tive ao longo desta jornada!
Espero que a jornada da Julia sirva como inspiração para todos vocês que estão na jornada do MBA. Algumas dicas que eu tiro de sua história:
- Reserve tempo suficiente para todas as partes do application (GMAT, essay, preparação para entrevistas, etc). Não subestime o processo.
- Busque apoio das pessoas a seu redor. O processo de estudos e application pode ser muito desgastante. Ter pessoas compreensivas e que te dão força no processo ajuda muito.
- GMAT não é tudo. Às vezes, mesmo com uma nota abaixo da média você consegue e até ultrapassa seus objetivos. Invista em uma boa preparação para entrevistas e em escrever excelentes essays.
- E, quando a resposta positiva vier, celebre muito! Você merece!
Olá, meu nome é Julia Queiroz e tenho 28 anos. Nascida e criada no Rio de Janeiro, estudei na Escola Britânica e depois fiz Administração na PUC-Rio. Trabalho na Coca-Cola há quase 7 anos, passando por diversas áreas como marketing, shopper marketing e inovação.
Fora trabalho, adoro viajar, quase sempre para esquiar, meu esporte favorito 🙂 e sou fanática por Harry Potter e Disney!
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