Desde que eu passei a conhecer mais sobre a tal do Síndrome do Impostor, eu me identifiquei por completo.
Na escola, apesar de consistentemente ser das alunas com maior nota na sala, eu sempre ficava nervosíssima ao receber as provas, certa de que seria um desastre. E, quando o desastre não ocorria, eu me sentia como se tivesse tido sorte, pois, na verdade, eu não entendia nada daquela matéria.
Por causa desse histórico de boa aluna, quando fui prestar vestibular, todos meus amigos tinham certeza que eu ia passar direto. E eu ficava ansiosíssima não só por saber que eu não ia passar, mas também por pensar que – ao não passar – eu estaria decepcionando meus amigos e eles finalmente perceberiam que eu não era tão grande coisa assim.
Quando entrei na faculdade, daí finalmente tive a comprovação de que eu realmente não sabia de nada. Ao tirar um belo 5.0 em Contabilidade no primeiro semestre, eu vi que finalmente a fraude que sempre fui foi descoberta.
Durante meus 10 anos no mercado corporativo, minha insegurança chegou a seu nível máximo. Eu tinha certeza que era a pessoa menos inteligente da sala, praticamente o tempo inteiro. E quando iniciei minha transição de carreira para coaching, não preciso nem dizer os pensamentos que pairavam na minha cabeça: “Quem sou eu para ajudar qualquer pessoa com seus problemas?”.
Enfim, essa sensação de “menos que” permeou grande parte de minha historia e até hoje, vira e mexe sou acometida por ela.
O sofrimento decorrente desse tipo de pensamento me fez querer ajudar as pessoas a combaterem essa sensação, a encontrarem seu valor. E, de fato, acredito que ajudo muitas pessoas nesse processo de encontrar seus diferenciais e saber falar de si mesmo com autenticidade e orgulho.
Porém hoje, ao escutar o (áudio)livro Think Again de Adam Grant, eu me vi questionando: Será que a Síndrome de Impostor é mesmo de todo ruim? Será que obtemos sucesso não apesar dessa Síndrome, mas por causa dela?
De acordo com o autor, há 3 principais benefícios de sofrer da síndrome de impostor:
- Trabalhamos duro. Como achamos que não somo bons o suficiente, tendemos a dar o sengue para compensar essa “falta de competência”.
- Trabalhamos de maneira mais inteligente. Como não achamos que somos os mais inteligentes, buscamos maneiras alternativas para entregar os resultados
- Melhor aprendizes. Como sabemos que não sabemos de nada, somos mais abertos a aprender o tempo todo.
O autor afirma que os estudos sobre os benefícios da síndrome de impostor são ainda iniciais, mas ainda assim, foi o suficiente para colocar a pulga atrás da minha orelha sobre qual o equilíbrio ótimo entre uma excelente auto-confiança e uma forte humildade em reconhecer que não se sabe de tudo.
Para mim, a maneira como penso a respeito disso hoje, é que ao mesmo tempo que não sei um monte de coisa (humildade/realismo), eu sei que consigo me virar/vou dar um jeito (confiança). E com esse pensamento, sigo aceitando desafios que são um passo além do que acho que dou conta.
E você, como lida com seus sentimentos de impostor?
Quer falar comigo? Entre em contato através do e-mail paula@paulabraga.com.br.
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