A purpurina do carnaval ainda está colada no corpo, mas agora não tem mais jeito: o ano começou de verdade. E, para você que quer prestar um MBA internacional neste ano, é hora de focar nos estudos.
A preparação para um MBA suscita uma serie de dúvidas:
Como melhor me preparo para o GMAT?
E para o TOEFL iBT?
Qual a diferença entre a preparação para ambos?
Quanto tempo preciso me dedicar para mandar bem?
Nos posts Como estudar para GMAT e Mitos e Dicas sobre a prova de matemática do GMAT eu falo um pouco sobre dicas de preparação para a parte quantitativa, e hoje conversei com a querida Renata Mendes Simões para entender os meandros da porção verbal.
Renata é professora de inglês há mais de 40 anos, então você pode imaginar que ela ama o que faz. Doutora pela PUC em Linguística Aplicada, sua tese foi focada em seu curso preparatório para o exame TOEFL iBT. Porém, além do TOEFL, ela também atua fortemente na preparação para GMAT, tendo como resultado alunos tirando em média 690 nos últimos dois anos. Então podemos dizer que ela entende do assunto.
Sem mais delongas, segue nosso bate-papo:
Paula Braga (PB): Renata, me conte um pouco sobre você.
Renata Simões (RS): Sempre gostei de pesquisar e estudar assuntos relacionados aos exames de proficiência. Esses exames, os quais chamamos de “exames de alta-relevância” (ou high stakes tests), são assim chamados pois são eles que vão fazer toda a diferença na vida do aluno. Uma boa nota nesses exames abre novas portas e um grande leque de novas oportunidades na vida do aluno.
PB: Então para começarmos…me explica qual a diferença entre a preparação para o TOEFL e para o GMAT?
RS: A preparação para cada exame é muito particular, pois as exigências também são muito diferentes. A seção de Verbal do GMAT é composta por 3 subseções, ou seja, Reading Comprehension (Compreensão de Texto), Critical Reasoning (Raciocínio Lógico), e Sentence Correction (Gramática e Lógica). A única exigência em comum aos dois testes são as questões de compreensão de texto. Porém, o GMAT exige uma análise profunda do texto para poder responder as perguntas; eu costumo dizer que você terá que sentar e tomar café com o autor.
No TOEFL, por outro lado, o aluno não se aprofunda muito no conteúdo do texto em si. Mas eu diria que a principal diferença entre os dois exames é o fato de que só o TOEFL testa a habilidade de produção oral (speaking). E acredite, essa é a seção do teste que exige maior tempo de preparo, pois aqui de novo, a administração do tempo de cada resposta é muito importante, e existem técnicas e estratégias para cada resposta.
PB: Quanto tempo o aluno deve reservar para preparação?
RS: A preparação para a seção de Verbal do GMAT é muito mais longa e detalhada do que para o TOEFL. O GMAT exige, em média, pelo menos um semestre, enquanto para o TOEFL o aluno pode estar pronto em 2 meses. Porém, tudo vai depender do nível de inglês de cada pessoa e quanto tempo ela vai se dedicar aos estudos durante a semana. Foco, dedicação, consistência e disciplina são fundamentais. E, é claro, o tempo de preparação depende fortemente do nível de inglês em que a pessoa se encontra.
PB: Mas vamos deixar claro….o que significa exatamente estudar 6 meses? É estudar todos os dias 3h? Só nos finais de semana funciona?
RS: Precisa estudar pelo menos todos os dias durante 1h de segunda a sexta, e certamente mais tempo nos finais de semana. O ideal seria estudar até mais, mas sei que eles estarão conciliando os estudos de inglês com os de matemática também. Então uma hora/dia é uma boa medida. O importante de você ter consistência no estudo é ajudar a você conseguir entender o tipo de pergunta e de pegadinha de forma automática. E só com bastante prática que você vai conseguir responder corretamente e dentro do tempo. Até a estratégia de quais você vai chutar e quais não vai precisa ter. Chutar é uma estratégia inevitável para ganhar tempo. Então vamos fazê-lo de maneira consciente. Eu costumo brincar que o GMAT é tipo Casas Bahia: tem que ter dedicação total a você.
PB: Quais os principais erros que alunos cometem na parte verbal do GMAT?
RS: Eu não diria que eles cometem erros, mas o maior problema é a falta de conhecimento das estratégias e técnicas da prova, e são elas que sempre abordamos em aula. Porém, um descuido que os alunos cometem muitas vezes na seção de Sentence Correction é escolher a opção antes de ler todas elas; isso porque nessa seção da prova, não existe uma única opção correta, e sim a melhor e mais correta. Portanto, os alunos devem evitar apressar-se em escolher a opção antes de ler todas elas.
Ainda no GMAT, a falta de conhecimento de técnicas de leitura e resposta aos textos pode ser uma pegadinha grande que faz com que muitos deixem de responder no tempo adequado. Na seção de produção oral do TOEFL, por exemplo, muitos alunos se preocupam (e acabam perdendo muito tempo e consequentemente, pontos) em criar um conteúdo elaborado, porém o foco da prova está muito mais na forma coerente como é respondida.
PB: O que você considera importante os alunos saberem para se prepararem bem?
RS: O principal fator para se dar bem no GMAT é ter dedicação e persistência, ou seja, muito treino e resiliência. Não basta o aluno responder as perguntas corretamente. É importante fazer isso dentro do tempo permitido, ou seja, o gerenciamento do tempo é também uma questão vital. Além disso, temos o lado psicológico.
Saber controlar a ansiedade é praticamente 50% da chave do sucesso. Desenvolvendo o hábito do estudo, ele resolve isso. Se o aluno ficar 1, 2 anos estudando para uma prova, fica tão entediante o assunto, que ele acaba desanimando. Portanto, quanto mais rápido ele conseguir estudar, melhor.
PB: Como você determina onde focar o estudo do aluno?
RS: O diagnóstico inicial para as aulas de Verbal do GMAT é feito através de um teste onde posso identificar suas principais lacunas, que são exploradas de maneira estruturada ao longo do curso que é todo elaborado sob medida para o aluno. Mas ainda mais importante é a autoavaliação que o aluno me traz, contando onde ele percebe ter maiores e menores dificuldades.
Isso é o que chamamos de Análise de Necessidades. A partir daí, norteio as aulas baseadas nas lacunas de cada aluno. Se o aluno é bom em Reading Comprehension, por exemplo, vamos trabalhar um pouco em cima disso para que você possa gabaritar essa parte da prova. Isso vai trazer mais autoconfiança para o aluno.
PB: Alguma dica final sobre a preparação para a prova?
RS: Tenho duas. A primeira é em relação à correção dos exercícios. Não basta simplesmente corrigir os exercícios e descobrir que acertou 70% ou 80% das questões. É de suma importância fazer uma “revisão crítica”. E o que seria isso? Em primeiro lugar, é saber que tipo de questão ele errou. Em seguida, voltar naquela questão, ver a resposta correta e comparar com a escolhida, analisando o porquê do seu erro. Se não fizer isso, o aluno não vai conseguir melhorar, aprender e internalizar.
É importante lembrar que “errar faz parte do processo de aprendizagem!!”. A segunda é que quem se preparou para o GMAT não necessariamente está preparado para o TOEFL. Lembrem-se, são provas distintas, cada uma com suas próprias técnicas e estratégias.
Renata Mendes: Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC-SP, com tese sobre o curso preparatório para o Exame de Proficiência em Inglês TOEFL iBT, mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especialização em Docência para o Ensino Superior pelo SENAC, graduação em Lazer e Indústria do Entretenimento pela Universidade Anhembi Morumbi.
Professora autônoma de inglês e tradutora-intérprete inglês-português, membro do grupo de pesquisa Gealin – Abordagem Instrumental e Ensino-aprendizagem de Línguas em Contextos Diversos, da PUC-SP, e assistente editorial da Revista Acadêmica The ESPecialist, do Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem da PUC-SP. Elaboradora de Curso Preparatório para os Exames TOEFL iBT, IELTS e GMAT, ministrados na modalidade 1-to-1 com material didático exclusivo para brasileiros.
Quer saber mais? Entre em contato através do email simoes.re@gmail.com, confira também o Blog e o CV Lattes da Renata.
Quer falar comigo? Entre em contato através do e-mail paula@paulabraga.com.br.
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