Recentemente vi um ótimo vídeo da minha querida amiga e coach Juliana Rissardi que relembrou os pilares fundamentais de um currículo:
– Objetividade;
– Português impecável;
– Visual atrativo;
– Estrutura em 4 Pilares: dados pessoais, histórico acadêmico, experiência profissional e informação adicional.
Adicionalmente, ela reforça a importância trazer dados que demonstrem seu impacto nas diferentes funções, e não só relatar a lista de atividades inerentes ao cargo.
Se você confeccionar seu CV atendendo aos critérios acima, considere que já está melhor do que 90% dos currículos que estão aí no mercado.
A minha intenção hoje é falar desses 10% que faltam. É falar daquele “plus – a mais – adicional” que faz a diferença entre um CV atraente e um CV atraente para aquela vaga específica.
Recentemente trabalhei com uma cliente querida que pretendia fazer duas versões de seu CV. Como em seus 10 anos de carreira ela tinha passado por 6 empresas (e diferentes cargos dentro destas), o CV ficava enorme e confuso para entender. As experiências variavam muito entre si…tinha trabalho como consultora, como analista financeira, como empreendedora, como facilitadora de treinamentos. Se simplesmente descrevêssemos as atividades de cada posição, o currículo pareceria uma colcha de retalhos. Não havia uma história. Não deixava claro em que a pessoa era realmente boa e muito menos que ela era a melhor pessoa para aquela vaga especificamente.
Por tanto, foi necessário fazer uma curadoria. A função do currículo varia de acordo com a situação.
– Se você está se candidatando a uma vaga de trabalho em que o currículo é o único contato que a pessoa terá com você, a função do currículo é não só apresentar de maneira objetiva quem é você, mas como você se adequa àquela posição. Ou seja, o currículo precisa contar uma história.
– Se você está se candidatando a um MBA internacional – onde, além do CV, o avaliador irá ler cartas de recomendação a seu respeito, redações sobre suas intenções (essays) e ter 10 páginas de application onde você irá detalhar todos os aspectos da sua vida – a função do CV é apresentar seus resultados de maneira objetiva e tangível, sem ser repetitivo com o tanto de outras informações já apresentadas.
E por aí vai.
Ou seja…não existe currículo perfeito. Existe currículo perfeito para aquela situação específica.
Para ajudar a você fazer essa curadoria do que colocar em seu CV, seguem algumas perguntas para você refletir:
1) O que aquela organização/empresa/escola está buscando em um candidato? Quais são as habilidades/experiências que eles buscam e que, consequentemente, eu preciso demonstrar?
2) Eu tenho essas experiências/skills?
- Se sim, como posso comunicá-las de maneira objetiva e de fácil visualização?
- Se eu não tenho essas características, vale refletir: eu quero tanto esse tipo de vaga/oportunidade que compensaria eu fazer um curso/buscar experiências que me tornem um candidato mais atraente? (talvez você não consiga desenvolver essa habilidade a tempo de atender ao prazo da vaga mas, se for algo que você realmente deseja, o aprendizado será relevante para outra oportunidade similar).
3) Dentro do que essa vaga busca num candidato, quais são as experiências mais relevantes no meu CV que eu preciso deixar em evidencia?
Tradicionalmente, damos mais atenção às experiências mais recentes de trabalho. Porém, se ter trabalhado com a indústria têxtil é um fator relevante para sua vaga ideal e você já teve essa experiência mais no passado, é válido gerar um destaque para isso.
4) Compensa adicionar uma categoria de “Resumo das qualificações” no topo do CV?
Esse recurso é válido principalmente se as suas experiências mais relevantes para o tipo de oportunidade buscada se encontram “perdidas” no meio do CV. Se um recrutador leva em média 6 segundos fazendo uma primeira análise de currículo, é importante deixar as informações chave bem visíveis.
5) O meu currículo é facilmente compreendido? Ou seja, uma pessoa de outra área/empresa/função entenderia o que quero dizer?
Muitas vezes ficamos tão acostumados com os jargões e siglas de nosso meio que esquecemos de “traduzi-los” para uma linguagem que seja acessível a um leitor com um backgrounddiferente.
6) Eu estou descrevendo atividades/cursos que são completamente irrelevantes para a vaga que estou prestando?
Só porque algo foi importante para seu emprego passado, não significa que é relevante para o que você está buscando. Dar muito detalhe de algo irrelevante para vaga desejada torna difícil encontrar a informação que é realmente vital.
A ideia com essas perguntas é ajudar a você selecionar o que é o “ouro” do seu CV para uma situação específica, ajudando assim ao recrutador conectar de maneira mais fácil as necessidades dele com o seu perfil. E, é claro, caso você deseje deixar essa conexão ainda mais evidente, vale investir na criação de uma carta de apresentação. Mas isso já é tema para outro post
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