Às vezes é até chato. Para qualquer pergunta que você faça para um alumni/estudante de Berkeley (“O que eles buscam em um candidato para MBA?”, “Como é a vida lá?”, “Qual você considera o diferencial de Berkeley?”), existe quase 100% de chance que ele te responda algo relacionado aos 4 Princípios de Berkeley.

Quer entrar em Berkeley?
Esteja alinhado com os princípios.

Qual o diferencial de Berkeley?
A cultura criada pelos 4 princípios.

E por aí vai… Seria um tédio, se não fosse tão apaixonante.

Mas afinal….quais são eles?
(a seguir, uma tradução livre de minha parte)

1. Questione o status quo (Question the status quo);
2. Confiança sem arrogância (Confidence without atitude);
3. Além de você (Beyond yourself);
4. Sempre estudante (Student always).

Lindos, não? Mas o que eles realmente significam? E por que eles tornam Berkeley tão tão especial?

Eu poderia discorrer aqui a respeito de minha visão sobre o assunto, a respeito do que li nos sites, a respeito do que tenho de conhecimento dos meus clientes que passaram lá. Mas tudo não passaria de conhecimento teórico, algo que você também pode conhecer. O que eu considero mais valioso é entender como esses valores são de fato vividos na prática. Como eles impactam a experiência dos alunos. Saber de histórias individuais.

Por isso, convidei 4 ex-alunos para contar de suas experiências pessoais. Enviei as perguntas abaixo para os ex-alunos de Berkeley e a seguir, vocês poderão ler a respeito de como é viver na pele os 4 princípios de Berkeley.

  • 1. Danilo Rodrigues MBA’12 – Question the status quo

Desafiar a ordem estabelecida é o que move Berkeley. No Brasil, a frase “ninguém nunca fez isso antes” muitas vezes é usada para tentar persuadir alguém a abandonar uma ideia ou um projeto. Em Berkeley, exatamente a mesma expressão é usada para estimular alguém a seguir com uma ideia ou projeto.

Quando voltei para o Brasil depois do MBA trabalhei em duas empresas que estavam em grandes dificuldades com seus negócios. Para salvar as empresas, foi necessário repensar e reinventar o modelo de negócio, questionar o status quo dos mercados em que operávamos para poder sobreviver. Ambos os casos foram muito bem-sucedidos e com certeza a minha passagem por Berkeley ajudou nessas transformações.

  • 2. Flavia Bicalho MBA’16 – Confidence without attitude

Sempre me julguei livre de pré-julgamentos, mas nunca tinha me colocado tanto em teste como durante esses dois anos. Não sei se é o histórico de contracultura do qual a universidade foi pioneira nas últimas décadas ou a própria diversidade no campus, mas nunca estive num ambiente onde se importasse menos a sua conta bancária, status, cor de pele ou origem. Independente de ser aluno, fundador de uma startup bilionária ou ganhador de prêmio Nobel (e tem vários), o que você pensa e, principalmente, o que tem a dizer prevalece sobre qualquer outro valor.

A conversa parte de “igual para igual” e essa é, de verdade, a regra. Isso faz com que as pessoas se forcem a ter ouvidos para novas ideias e serem desafiadas, independente da bagagem que carregam. Ver esse modelo em prática transformou muito a minha forma de ver relações pessoais e profissionais.

  • 3. Fabio Ishigami MBA ’99 – Beyond yourself

Nos inesquecíveis anos que passei em Berkeley, de 1997 a 1999, convivi com um princípio fundamental para qualquer organização: a liderança baseada na ética e na responsabilidade. Este conceito era pouco difundido no Brasil e me impressionou compreender seu impacto positivo para a sociedade como um todo.

Beyond Yourself é forjar uma cultura na qual pensamos além dos nossos objetivos individuais e procuramos contribuir para a sociedade com ética e responsabilidade.

Reflito sobre este princípio todos os dias quando leio notícias sobre a grave crise moral que paralisa o Brasil há vários anos. Quando empresas e líderes focam nos seus próprios interesses e no lucro “comprado” a qualquer preço, o efeito para a sociedade é devastador. Por outro lado, fico feliz quando vejo colegas voltando de Berkeley com uma energia contagiante e a vontade de empreender com princípios voltados a criar negócios que produzam impactos positivo para a sociedade.

  • 4. Eric Prando MBA’15– Student Always

Estudo é o fundamento sobre o qual um Mestrado está apoiado, então é fácil falar sobre como eu estudei durante meu tempo em Haas. O legal de contar estória é levando esse valor aos extremos que vivenciei. Não somente tive acesso a um campus inteiro de uma das melhores instituições de ensino do mundo, com instalações de pesquisa de referência e mentes equivalentes. Fui incentivado recorrentemente a explorar todas as possibilidades deste ambiente. Palestras com gente brilhante, nível Al Gore e Peter Thiel, visitas a laboratórios de nano tecnologia onde nenhuma palavra dos títulos dos trabalhos expostos me era conhecida e mesmo visitas “educativas” a vinícolas e cervejarias (aprendi sobre cerveja azeda!) se tornaram rotinas bacanas para conhecer e me integrar com meus colegas famintos por conhecimento.

O curso acaba te doutrinando a ver o aprendizado como a base da solução para os problemas que você ainda virá a encontrar, o que conjugado com uma metodologia muito bacana de solução de problemas, te coloca num animo de querer resolver qualquer situação e olhar para as grandes questões.

Conheci muita gente que me trouxe conhecimentos inéditos e inesperados durante o curso, e também aprendi a aprender com essa diversidade toda. A coisa foi tão significativa que hoje trabalho criando um jeito de mostrar para outras pessoas como o aprendizado é a solução para os grandes problemas da vida e ajudando essas pessoas a montar planos de aprendizado para toda a vida. Entendo que ainda precisarei estudar muito e aguardo ansiosamente uma oportunidade para voltar para Haas.

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