A iminente separação do Reino Unido em relação à União Europeia fez muitas pessoas questionarem se ainda valeria a pena investir em um MBA na Inglaterra. Será que as faculdades vão reduzir a quantidade de estrangeiros admitidos? Será que os alunos dessas faculdades terão mais dificuldades em conseguir emprego depois? Será que ainda vale a pena prestar um MBA lá?

Para responder a essas e a muitas outras perguntas, conversamos com João Moraes que se formou recentemente no The Cambridge MBA. A intenção dessa entrevista não é falar sobre o que é “a verdade” mas sim sobre a perspectiva de alguém que viveu esse momento e que pode compartilhar muitas dicas. Além disso, João compartilha uma série de curiosidades sobre a universidade, inclusive convidando aos candidatos interessados em conhecer mais sobre ela em um evento na semana que vem no RJ.

Aproveitem!

Paula Braga: Conte um pouco sobre você?

João Moraes: Após me formar em Direito e decidir que não queria seguir carreira na área, passei ao mundo dos negócios. Primeiro trabalhei na administração de uma rede de restaurantes no Rio de Janeiro. Com essa oportunidade aprendi muito sobre fazer negócios no Brasil, gerir uma empresa e todos os desafios envolvidos. Mas era claro para mim que ainda não estava na área que mais me inspirava, o setor criativo. Foi então que assegurei uma vaga em uma agência de branding. Comecei trabalhando no setor de estratégia e em seguida fui promovido a gestão de contas e projetos. Esse foi realmente um período muito inspirador para mim. Após um ano nessa empresa recebi a resposta de Cambridge, com a aprovação e não houve dúvida. Hoje, trabalho em uma empresa de inovação digital em Londres chamada Holition. É realmente uma empresa fascinante que trabalha com grandes marcas e desbravando como será o futuro.

PB: O que o motivou a fazer seu MBA?

JM: Foram várias as motivações na verdade. Primeiro, após meu período trabalhado na gestão de empresas e em funções comerciais, eu tinha enfrentado desafios que eu senti falta da base teoria ou do suporte de conhecimento para superá-los mais facilmente. Segundo eu encarei um MBA como um ticket para mudança de carreira. No fim não foi uma mudança tão drástica, do branding para essa agência onde eu estou hoje. Mas me sinto muito mais preparado para o mercado e confiante na minha capacidade de entregar.

PB: Por que escolheu The Cambridge MBA?

JM: E difícil admitir, mas foram razões emocionais e razões racionais que me levaram a escolher Cambridge. Em 2006 eu ganhei um baralho com imagens da Inglaterra em uma das cartas era a foto de um barco no Rio Cam, passando sob a Ponte Matemática. Naquela época eu pensei: “Quero muito estudar nessa universidade”, e acho que o pensamento nunca saiu da minha cabeça.

Ainda em um nível emocional, estar em uma Universidade fundada em 1209 teve um peso muito grande sobre a minha decisão. Mas eu só senti o que isso realmente significava quando eu estava em Cambridge. Nas primeiras semanas andando nas ruas de Cambridge como membro da Universidade, pisando sobre as pedras gastas da Jesus College ou vendo a árvore descendente daquela que levou Issac Newton a descobrir a gravidade na Trinity College. Outro momento que teve muito peso foi quando fui almoçar na Emanuel College e me dei conta que John Harvard havia estudado ali e em seguida ajudado a fundar a Universidade que leva seu nome.

Em um nível mais racional, Cambridge carrega um peso muito forte, especialmente na Inglaterra e na Europa. Uma vez parte de Cambridge, você integra uma rede de alumni gigantesca com pessoas em posições muito importantes. Além disso, entre as top school será a com melhor custo benefício em termos financeiros.

PB: Como foi conseguir emprego na Inglaterra? O que um brasileiro pode fazer para aumentar suas chances em conseguir trabalhar lá?

JM: Não vou enganar ninguém e dizer que é a coisa mais simples do mundo encontrar emprego na Inglaterra. Enquanto estudantes de Cambridge, nossas chances aumentam exponencialmente. No entanto, os desafios persistem. E isso é válido para qualquer um que não seja europeu. Eu estudei com pessoas fantásticas, muito inspiradoras e inteligentíssimas, que não conseguiram entrar no mercado de trabalho Inglês por causa da necessidade de sponsorship (patrocínio por parte das empresas interessadas em te contratar para você conseguir um visto de trabalho) para trabalhar aqui.

Mas há formas de mitigar isso.

Primeiro, estando aqui em um visto de estudante, alguns dos requisitos para sponsorship são abonados. As empresas não precisam provar que não tem ninguém no mercado de trabalho capaz de fazer o que você esta sendo contratado para fazer, por exemplo. Porque você esta só convertendo o seu visto de estudante para o de emprego nesse caso.

Cambridge abre portas e se você chegar focado no que pretende fazer após o MBA, a dica é começar a construir um network por aqui. O chamado “hidden market” para empregos realmente funciona. E quando você entra em uma empresa por essa via, as chances de receber o sponsorship são bem maiores. Além disso as grandes empresas, como Google, Amazon, as grandes consultorias etc, tem programas específicos para MBAs. Se o interesse for trabalhar nessas empresas, vale achar um ex-aluno da escola que esteja lá, e começar a conversa. E se preparar desde o começo, porque 9 meses de curso passam voando.

Outra oportunidade muito interessante é empreender no Reino Unido. Tem um visto especial para isso e estudando em Cambridge você aumenta suas chances de conseguir esse visto. Conhecido como Silicon Fen, pela quantidade de startups, Cambridge é o lugar ideal para quem quer empreender. E a escola realmente foca em quem tem perfil empreendedor e oferece uma quantidade muito grande de recursos para quem quer empreender após o MBA, inclusive uma incubadora e o Entrepreneurship Center.

PB: Como acredita que Brexit vai afetar a aceitação de candidatos brasileiros no The Cambridge MBA? E como afetará conseguir um emprego na Inglaterra?

JM: Ainda é muito incerto o que vai acontecer após Brexit. Tem chances dos europeus passarem a também terem que ser patrocinado por empresa, o que vai ser uma grande vantagem para Brasileiros, porque o vamos competir em igualdade com europeus aqui.

Independente de Brexit, alguns países na Europa tem um regime mais simples para visto de trabalho. Portugal, Alemanha, Bélgica, Dinamarca são exemplos de países em que se você tiver uma oferta de emprego, você aplica para o visto. Não precisa do processo de sponsorship.

PB: Para quem você indicaria fazer The Cambridge MBA?

JM: Como todo MBA a escolha deve ser guiada pelo tipo de cultura da escola e o que a pessoa quer tirar do MBA. Cambridge não tem a maior quantidade de estudantes, nem é o programa mais antigo de MBA. No entanto, em relativamente pouco tempo de existência conseguiu construir uma reputação como escola de ponta, assim como todos os programas da universidade.

A fórmula de Cambridge é baseada em:

  • Contato pessoal– uma turma menor permite uma relação mais pessoal entre os alunos e com os professores e corpo da escola;
  • Exposição para sociedade– a Judge Business School é uma escola de negócios para o mundo. E os muitos projetos que desenvolvemos durante o programa são para ter um impacto real e positivo no mundo. Independente de você querer focar em negócios sociais, empreendedorismo ou outra área de concentração, o que Cambridge busca são pessoas que queiram mudar o mundo após o MBA;
  • Uma business school dentro de uma Universidade– Apesar de muitas business schools serem parte de universidades, o sistema de colleges de Cambridge permite que isso seja uma realidade. Você tem oportunidades frequentes de interagir com seus pares da sua college, criar relações com pessoas fora da business school, saber o que elas estão estudando, desde história medieval até computação quântica.

O MBA em Cambridge é realmente uma experiência única e transformadora. E o quanto mais você investir nele, mais você vai ter como retorno.

PB: O que as pessoas podem fazer para saber mais sobre o The Cambridge MBA?

JM: Quem estiver interessado em conhecer melhor o programa, pode acessar ao site www.jbs.cam.ac.uk ou participar no dia 13/04 de um evento que realizarei a partir das 16h30 no Museu do Amanhã. O registo para o evento deve ser feito neste link.

Espero que tenham gostado!

Caso tenham interesse em saber sobre outras escolas, é só mandar uma mensagem que tentarei atender aos diferentes pedidos.

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