Esta é uma das perguntas que os candidatos de MBA têm maior dificuldade em responder. Ela pode variar, “Por que devemos admitir você?”, Como você contribuirá para o programa?”, “O que você traz para o grupo”?…entre outras.

Durante o preparo para a entrevista ao chegar nesta pergunta alguns dos meus clientes ficam atônitos e dizem “Eu não tenho a menor ideia de como responder a essa pergunta”. Isso despertou em mim uma curiosidade e tanto! A minha réplica é sempre “Como você vai contribuir? O que você traz na sua bagagem?” e ainda sim recebo expressões confusas!

Comecei a me perguntar sobre a dificuldade do profissional brasileiro em se reconhecer nos dias de hoje (apesar de achar que esta é atualmente uma dificuldade observada nos profissionais mundialmente), e percebi que muitos passam pelas suas vidas e carreiras sem parar muito para celebrar suas conquistas e vitórias, sem se apropriar da experiência do presente.

É isto que as escolas procuram, candidatos que são mais do que somente palavras em um essay ou em um CV.

Como além de consultora de MBA eu também sou Coach, passei a perceber que o processo de preparo de entrevistas vai muito além do: pergunta – resposta – pergunta – resposta. Observei que meus clientes precisavam ser provocados com perguntas de coaching, como:

“Que diferença fará na sua vida ter um MBA?”

“Sem pensar nos obstáculos, o que você quer pra daqui 3 anos, 10 anos da sua vida?”

Perguntas que os levassem a materializar e concretizar pensamentos e sensações.

Nessa pergunta em específico, “Por que devemos admitir você?”, muitos pensam que se trata somente das suas conquistas e experiências profissionais, mas não! A sua contribuição é como um todo. Pergunte-se o seguinte: Como eu enriquecerei as discussões dentro de sala de aula? Como motivarei um colega que não está conseguindo estudar? E aquele amigo que quer mudar de carreira e justamente quer entrar na minha área de expertise? Como o meu interesse e determinação vão contribuir para o crescimento dos clubes e programas dentro da escola? Como a minha personalidade vai unir, integrar, respeitar e dividir durante e após esta experiência do MBA?

Para chegar nestas respostas, a reflexão é muito maior do que somente “Tenho anos de experiência liderando times e contribui para um crescimento de 35% para minha empresa neste último ano”. O candidato precisa realmente entrar em contato com a sua trajetória de vida e profissional, olhar ao redor e refletir sobre como e porque ele é tão bom em vendas, ou em delegar tarefas, ou em marcar aquele happy-hour na quinta-feira.

É isto que as escolas procuram, candidatos que são mais do que somente palavras em um essay ou em um CV. As escolas procuram um candidato que sorria, que seja articulado, que seja “gente boa”. Um candidato que não tenha vergonha, nem medo de ser vulnerável, que entenda suas fraquezas e dificuldades, mas que também seja consciente de suas fortalezas, suas vitórias e seus diferenciais, tendo coragem e humildade de também reconhecê-las, dividi-las e comemorá-las!

Onde você, leitor, deixa de se apropriar de suas experiências, em que momento você normalmente vive, passado, presente ou futuro? Se o momento não for agora, quando será?