Em meu primeiro post “Q – Quem sou eu” considerei importante contar um pouco sobre quem eu sou, o que me trouxe aqui e para onde pretendo ir com o blog.

Trata-se do mesmo convite que Harvard fez aos candidatos neste ano através de uma única pergunta para o essay: Introduce yourself” ou, traduzindo, “Apresente-se”.

Quer coisa mais simples e elegante que isso?

Trata-se de um convite explícito para você mostrar quem realmente é. A pergunta completa deixa a intenção ainda mais clara: apresente-se para seus novos colegas. Ou seja, eles não estão pedindo para você se apresentar para o comitê de admissão ou para o entrevistador, mas sim para as pessoas com quem você irá conviver e que deverão se tornar os seus próximos grandes amigos.

Por que será que eles fizeram isso?

Pergunte-se: O que você faria de diferente se a pergunta tivesse sido “Apresente-se para o comitê de admissão”?

Muitas vezes, mesmo que involuntariamente, nós colocamos uma máscara quando sentimos que seremos avaliados. Isso é natural. Queremos que os outros gostem da gente, então muitas vezes tentamos adivinhar o que o outro valoriza e mostramos essa faceta. Foi justamente sabendo disso que Harvard deixou explícito que a apresentação deveria ser para futuros colegas. Cria-se o espaço para se levar um pouco menos a sério. Cria-se espaço para uma maior autenticidade.

No processo de admissão, o application, seu CV, cartas de recomendação, TOEFL, GMAT garantem que a solidez acadêmica esteja presente. Então o essay acaba sendo um convite para você expressar a parte que não é óbvia olhando suas notas, ou sua experiência profissional.

Em um de meus TEDs favoritos, Brene Brown fala que a origem da palavra coragem vem do francês coeur, coração. Corajoso é aquele que ousa mostrar seu coração ou, colocado de outra maneira, é aquele ousa mostrar quem realmente é (em vez de quem achamos que devemos ser). Mostrar de onde veio. Mostrar para onde vai. Mostrar suas motivações e convicções. Mostrar com o que se importa. Mostra suas imperfeições. O que possibilita criar conexão.

Trata-se de uma intimação a um mergulho em seu autoconhecimento e autenticidade. Para inspirar essa reflexão, Harvard anexou um vídeo do case method junto a pergunta do essay. Um ponto chave do vídeo é quando um professor fala que um dos objetivos desse tipo de exercício é você identificar como agiria se fosse protagonista dessa situação. Não há uma resolução correta. Há o que você pensa, o que os outros pensam, como você pensa a respeito do que os outros pensam e, finalmente, a decisão que irá tomar. Se durante uma discussão de caso a classe inteira tem a mesma opinião, não há aprendizado. Ter clareza de seus valores, princípios e ideias é o que torna essa experiência rica. E é o que tornará seu essay rico também.

Portanto, tenha coragem e mostre quem realmente você é. Esse é o convite de Harvard nesse ano.