Hoje conversei com a Luciana Chamie, uma das principais professoras de Matemática para preparação para o GMAT.

“Se fosse fácil, não tinha tanto valor”.

É com essa frase que Luciana começa (e termina) nosso bate-papo. Questionada sobre o que ela quer dizer com isso, ela segue: “Se o GMAT fosse uma prova que você desse uma “estudadinha” e tirasse a nota, não teria tanto valor. Você está se preparando para entrar em uma das principais faculdades do mundo, para se tornar um executivo de peso, não acha que vai ser fácil, né? Tem que estudar mesmo. A questão é que todo mundo tem um primo do amigo do irmão que estudou por duas semanas e tirou 770. Daí as pessoas acham que pode ser “fácil”.

Em nosso papo, Luciana fala sobre os mitos associados ao GMAT e depois dá dicas sobre como se preparar para a prova. Abaixo, um resumão de nossa conversa:

Mitos sobre GMAT

1 – Tem que terminar a prova
Ninguém ganha nada terminando prova. Não é como corrida de rua que, ao final, você ganha uma medalha “finisher”. Você só ganha nota quando acerta a pergunta. Portanto, não adianta correr para terminar e ERRAR O QUE SABE. Obviamente, não é o ideal você ficar sem tempo e precisar chutar no final prova. Você prefere ter dinheiro ou ter saúde? O ideal seria os dois mas não sendo possível, saúde. O ideal é fazer tudo com calma/acertar as perguntas e ter tempo de sobra. Mas, não dando, faça a prova de maneira tranquila e serena (focando em acertar as perguntas), e quando faltar 4 minutos você chuta o que precisar (não deixe nenhuma sem resposta). Administrar o tempo durante a prova toda gera uma ansiedade desnecessária.

2 – Você tem dois minutos por pergunta
Muitas pessoas dizem que você deve dedicar 2min/questão. Isso é bobagem. Dois minutos é o tempo MÉDIO por questão, o que significa que tem questões de 30s e questões de 4min. Tem muita gente que me pergunta: “Depois de quanto tempo eu chuto?”. Não é depois de 2min. Tente 2x. Se está empacado mesmo, chute e passe para próxima (independente de ter levado 1, 2 ou 3min). Você precisa estar bem preparado e conhecer os agilizadores, para ganhar tempo nas questões médias e poder dedicar mais tempo às questões difíceis.

3 – Tem que acertar as dez primeiras perguntas
Errar é ruim em qualquer lugar da prova. Sendo assim, seja objetivo: tente 2x. Não saiu na segunda, chute e vá para próxima pergunta, seja ela a quinta ou a oitava. Se você não conseguir resolver a pergunta depois de duas tentativas, considere que você está com um mindset errado em relação a ela, o que torna sua chance de errá-la na terceira tentativa muito alta pois você já está com uma visão viciada. Não vale a pena investir mais tempo, pois a probabilidade de acerto já é muito baixa. A pergunta número 3 não é mais importante do que a número 19, chute e siga feliz, você tem mais 28 questões para mostrar o que sabe.

4 – Para otimizar o tempo, faça tudo da forma mais automática possível
Um erro comum a bons alunos de matemática é, à medida que vai lendo o enunciado, montar as equações e já sair resolvendo-as. Isso porque nas escolas, nós somos treinados a resolver equações sem para pensar no que está acontecendo. Não adianta anotar a equação e resolver mecanicamente. Não se trata de uma prova para avaliar sua habilidade de resolver equações, e sim sua habilidade crítica matemática. Por exemplo, tem um exercício com 5 linhas de texto. Você, ao ler, já vai montando a equação: 3x+3x/2+6x/3=3861. E daí? 90% dos alunos, partem para fazer um mmc (mínimo múltiplo em comum) e começam a fazer um monte de cálculos. Mas se ele parasse para olhar, veria que isso não é necessário, pois 3x/2 é 1,5x e 6x/3 são 2x, ou seja , 6.5x = 3861. Isto já deu uma ideia do valor do x, olhe as alternativas e pronto a reposta está lá.

A informação do problema não acaba na interrogação. As alternativas são mais informações que você tem. Muitas pessoas só olham para as respostas quando não sabem fazer o problema. Você deve olhar as respostas sempre. O aluno que resolveu tudo mecanicamente pode até chegar na resposta, mas levará muito mais tempo e correndo muito mais risco de errar. O GMAT não é uma prova de “braço”.

Sabe quando você está numa reunião na sua empresa, com um super executivo, e a equipe dele fornece várias informações, relatórios, etc, ele consegue “digerir”, processar, tudo que está ouvindo, e ter uma ideia da ordem de grandeza, dos valores que estão em discussão. Ele não precisa parar, equacionar, chegar na terceira casa depois da vírgula para tomar uma decisão. É essa habilidade que o GMAT quer avaliar.

Saber matemática não é suficiente, tem que ter jogo de cintura e não fazer nada mecanicamente, sem pensar. Pense sempre, pense o tempo todo!!!

5 – O melhor jeito de estudar é fazer um monte de simulado
Cada prova que você faz é um recorte. Cada simulado, seja qual for a fonte, é um recorte de tudo que pode cair no seu GMAT. Se você tiver a sorte do seu GMAT ser igual aos últimos recortes que você estudou, ótimo, você vai se dar bem. Mas não arrisque! Estude tudo, sempre. Faça um resumo do conteúdo, entenda os tipos de erro que está cometendo, e se obrigue a praticar todos os assuntos, toda semana.

Dicas

1 – O grande segredo da prova é manter o equilíbrio entre autoconfiança e respeito
Não é para ter medo da prova, mas não é para ir super autoconfiante a ponto de perder o respeito pela prova. Matemática é uma ciência sutil, um sinal errado, uma desligada, uma conclusão mais apressada, pode pôr tudo a perder. Portanto ter o respeito pela prova, lendo enunciados com cuidado, é de fundamental importância. Isso é especialmente importante na parte do data-suffiency. Por exemplo, uma pergunta que mostra 2 equações com 2 incógnitas, questiona se é possível responder essa pergunta com as informações disponíveis. O primeiro impulso, é dizer que sim, afinal, é isso que aprendemos no colégio! Mas se você tivesse prestado mais atenção nas equações, vendo que as duas eram proporcionais (ou seja, que eram a mesma equação disfarçadas), perceberia que não dá para ter a resposta a partir dessas informações. Ooops. Respeite a prova!!

2 – Estudar matemática não é como aula de artes
Matemática não é aula para você criar ou para ser inventivo. É preciso ter disciplina, ler tudo que está escrito e obedecer as orientações. Quantas vezes eu já escutei aluno falando: “Ah, é que eu achei que ele tinha perguntado x….”. Pois onde você leu isso? Não é para achar nada, é para seguir orientação. Leia e obedeça o enunciado, não invente, não crie.

3 – Autorreflexão é preciso
Muitos alunos se matam de estudar e não saem do lugar. Não adianta ficar fazendo exercício como um louco sem parar para refletir sobre o que está ocorrendo. O que estou errando? Quais as categorias de pergunta que tenho mais dificuldade? Por que estou errando perguntas sobre triângulos tantas vezes? Tenha consciência de suas falhas, reflita sobre os erros, classifique-os e crie um plano de ação.

4 – Decida o que você não vai errar mais
Cansei de escutar aluno falando: “Ah eu errei isso mas sei que é besteira, não precisamos revisar esse assunto”. Se é besteira, então por que você ainda está errando isso??? Se é falta de atenção, quando você vai ter atenção? Decida o que você não vai errar mais. “Nunca mais vou errar que número 1 não é primo”. Vou escrever isso na parede de casa, se necessário, mas nunca mais errarei isso. Você é o agente do seu aprendizado.

5 – Reserve o tempo certo para o estudo
Óbvio que o mundo ideal seria todo mundo ter o GMAT pronto 1 ano antes de querer prestar MBA. Mas, como isso não ocorre na maioria dos casos, vamos a uma orientação básica sobre tempo de estudo:

  • Se você fez um bom ensino médio e uma faculdade forte em administração/economia – em geral, precisa de uns 4 meses estudando de 10-12h por semana só para matemática.
  • Se você fez um bom ensino médio e uma faculdade forte em engenharia – também são recomendados 4 meses de estudo, mas em um ritmo menor, por volta de 8h/semana para matemática. As horas que “sobrarem” você pode dedicar a estudar a parte verbal.
  • Se você fez uma faculdade focada em humanas, sem contato algum com exatas, daí é uma incógnita. Vai depender muito do quão forte foi seu ensino médio. Na dúvida, reserve um ano.

Se fosse fácil, não tinha tanto valor.

O GMAT é um desafio. E isso não é ruim. Aproveite a trajetória para ir além dos seus limites, aprender, ficar melhor. Pode ser difícil. Pode requerer sacrifícios. Mas se não fosse assim, o gostinho de superá-lo não seria tão gostoso.

Quer saber mais?

Entre em contato com a Luciana ou visite seu site ead.gmatbrasil.com.br e saiba mais.

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Luciana Chamie

Em 1985 concluí o curso de Licenciatura em Matemática na USP e iniciei em 1986 o curso de Mestrado em Educação Matemática na UNESP, o único então especializado em ensino de matemática.

Terminei o mestrado em 1990 e continuei sempre lecionando até 1995 quando entrei em contato com o GMAT. A partir daí iniciei meu trabalho no sentido de conhecer profundamente o teste e de encontrar a melhor forma de abordá-lo.

Desde 1998 tenho contribuído efetivamente para o sucesso de muitos alunos com os mais variados backgrounds. O profundo conhecimento do teste e a sensibilidade para conhecer e entender as necessidades específicas de cada aluno, aliados à minha experiência, têm sido fatores determinantes na definição do caminho mais eficaz para que cada um atinja seu potencial máximo.

Quer falar comigo? Entre em contato através do e-mail paula@paulabraga.com.br.

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