Uma reflexão sobre a importância de mostrar sua individualidade para uma melhor coletividade.

Muitos clientes, quando começamos um processo de brainstorming para os essays das escolas, me perguntam:

“Paula, mas o exatamente que essa escola quer que eu escreva? Quem ela quer que eu seja? Me fala que eu escrevo o que eles quiserem…”

Ah, meu pequeno gafanhoto….se fosse tão fácil assim…

Qual a decepção (e às vezes até uma leve raiva) eu vejo nos olhos do cliente quando respondo que a escola não quer que ele seja nada além dele mesmo. Que a escola não está procurando por fórmulas prontas, por alunos que se enquadrem dentro de caixinhas. Que essa tal diversidade que as escolas buscam vai muito além do país, profissão, histórico acadêmico.

A escola quer indivíduos únicos, autênticos, com objetivos distintos, jeitos de pensar variados, histórias de vidas variadas.
Mas por que isso? Trata-se de uma questão de cotas? De ser politicamente correto?

Nada disso. A resposta é muito simples. Times diversificados, abertos a discussão e curiosos geram melhores resultados. Ou seja, ao construir o pool de candidatos para a nova classe do MBA, mais importante do que ter uma classe de gênios, é ter uma classe diversificada e aberta a aprender e colaborar. A inteligência coletiva é maior do que a soma das inteligências individuais. Por isso, seu papel via essay é demonstrar que:

1. Tem algo diferenciado a acrescentar (e, sorte sua!, por definição, todos temos) e
2. Consegue trabalhar junto com outros para aumentar o bolo.

De acordo com um estudo do MIT, a Inteligência Coletiva pode ser prevista por: um alto nível de percepção social, uma diversidade moderada de habilidade cognitiva, e alta capacidade de comunicação entre membros.

Vamos analisar cada um desses fatores:

  • Alto nível de percepção social:

O que isso quer dizer? Times com pessoas que tem habilidade de perceber o que está acontecendo emocionalmente com os indivíduos tem maior chance de gerar resultados. Por exemplo, podemos estar em uma reunião de trabalho onde todos estão quietos e anotando e eu presumir que isso significa que estão acompanhando/de acordo. Mas uma pessoa intuitiva pode sacar que, na verdade, esse time está totalmente desmotivado e simplesmente está quieto para ver se acabamos logo com essa reunião. A habilidade de primeiramente entender o contexto emocional e, posteriormente, fazer algo a respeito, tornará esse time mais inteligente. E pessoas com diferentes backgrounds e experiências de vida em geral trazem repertórios diferentes para esse tipo de percepção.

  • Diversidade moderada de habilidade cognitiva:

Isso quer dizer que times mais inteligentes tem uma diversidade dentro dos tradicionais skills cognitivos (resolução de problemas, capacidade analítica, interpretação de textos)… pero no mucho. Os requerimentos de GMAT e GPA (notas do histórico acadêmico) estão aí para garantir que temos esse padrão cognitivo.

  • Alta capacidade de comunicação:

Se voltarmos ao exemplo daquela reunião, de nada valeria a percepção de que algo está errado sem conseguir:
1) Compartilhar essa ideia;
2) Engajar pessoas em fazer algo a respeito.

A partir de uma boa comunicação é possível aproveitar os diferentes pontos-de-vista, habilidades e construir uma solução melhor.

Nesse momento você pode estar se perguntando…. “Ok, Paula…entendi. Mas o que escrevo nesse essay então?”

Se eu responder qualquer coisa para você, você estará abrindo mão de seu melhor bem: sua individualidade. Portanto, sabendo que sua maior chance de ser aprovado é sendo o mais você possível, me diga, qual é a história que só você pode contar?